A Coordenadoria da Defesa Civil de Caraguatatuba se reuniu na terça-feira com diversos representantes da Prefeitura de Caraguatatuba para fazer um alerta muito sério. Na primeira quinzena de janeiro o acumulado de chuva deve ficar entre 260 a 350 milímetros, quando a média esperada para todo o mês é de 297,9 mm.
Dentro do Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC), o município encontra-se em estado de alerta, o segundo mais crítico, que é alterado quando há registro de trincas, degraus ou qualquer outra feição de instabilidade em áreas habitadas que indiquem a possibilidade de escorregamentos observada através de vistoria de campo, tanto nas áreas de riscos como fora delas.
Presente à reunião, o prefeito Aguilar Junior solicitou a cada secretário o empenho no acolhimento e atendimento de possíveis vítimas, bem como de ações imediatas em áreas atingidas. O Ciase Sumaré foi destinado para ser abrigo provisório de possíveis famílias desabrigadas, caso não tenham outra moradia para ir.
A orientação à população de áreas de risco é que se mantenham de prontidão, com documentos pessoais e medicamentos de uso contínuo sempre à mão na necessidade de remoção ou evacuação imediata. Caraguatatuba tem cadastradas 19 áreas de risco e 54 setores.
“Se a situação da chuva se agravar e mais pontos forem atingidos, uma vez que estamos com o solo bem encharcado, podemos partir para o alerta máximo, que é o mais critico e ai prevê a evacuação de moradores das áreas afetadas”, alerta o coordenador municipal da Defesa Civil, capitão Campos Junior.
O alerta para os próximos quatro dias (5 a 8 de janeiro) é de instabilidade que deve provocar chuvas intensas para a região com previsão para acumulados de 175 mm nesse período para a região.
O alerta aponta a importância de se ter atenção especial para as áreas mais vulneráveis, pois há risco de deslizamentos, desabamentos, alagamentos, enchentes e ocorrências relacionadas a raios e ventos.
Campos Junior reforça a necessidade de “cautelas frente à possibilidade da ocorrência de pancadas de chuva, cuidados com os alagamentos e, principalmente, os cuidados nas áreas de risco de escorregamento”.
A orientação é que em caso de movimentação de solo o morador saia imediatamente de casa e acione o telefone 199.
Em caso de alagamento, a orientação também é para a saída das casas caso a água comece a subir. “Estamos prontos para atender a população e o trabalho de cada um de vocês é importante para preservar vidas”, disse o prefeito Aguilar Junior aos presentes na reunião.
No dia 30 de dezembro de 2021 Caraguatatuba sofreu com a chuva que caiu, sendo cerca de 185 mm em apenas seis horas, provocando vários pontos de alagamento na região central e registros de deslizamento de encosta nos bairros Sumaré, Jardim Forest , Estrela D´Alva e Casa Branca, com a remoção voluntária de 19 famílias. As áreas estão interditadas.
A mudança de status de atenção para alerta ocorreu no dia 1º de janeiro deste ano após avaliação da Defesa Civil e do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) do Estado, que agora engloba o Instituto de Geologia (IG) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), quando foram identificados riscos nesses morros.
PPDC e PPDC-R
É importante ressaltar que teve início no dia 1º de dezembro de 2021 o Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC) e o Plano Preventivo da Defesa Civil para Ressacas (PPDC-R). Eles vigoram até o dia 31 de março devido às chuvas de verão e tem como objetivo evitar ocorrências de mortes, com a remoção preventiva e temporária da população que ocupa as áreas de risco, antes que os escorregamentos e ressacas atinjam suas moradias.
É importante destacar que durante o PPDC e o PPDC-R a estrutura da Prefeitura de Caraguatatuba fica toda mobilizada.
Ações de mensagens de texto (SMS), enviadas pelo número 40199, que repassa informações de riscos meteorológicos em qualquer um dos 645 municípios paulistas continuam valendo. Para isso, deve-se cadastrar o CEP da localidade de onde quer receber o serviço.
Sendo assim, é possível alertar a população sobre a possibilidade de ocorrência dos mais diversos eventos, como alagamentos, enxurradas, deslizamentos de terra, vendavais, chuvas de granizo e raios.
Em Caraguatatuba, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mantém instalada uma estação (raio de 20 Km de alcance) na Martim de Sá para acompanhamento das atividades atmosféricas (pluviométricas e elétricas).