A queda é o mais sério e frequente acidente doméstico que ocorre com os idosos e a principal determinante para a morte acidental em pessoas acima de 65 anos, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).
A estimativa da incidência de quedas por faixa etária é de 28% a 35% nos idosos com mais de 65 anos e 32% a 42% naqueles com mais de 75 anos, que resultam em cerca de 50 mil mortes por ano.
Os fatores de risco que mais se associam às quedas são: idade avançada; sexo feminino; história prévia de quedas; imobilidade; baixa aptidão física; fraqueza muscular de membros inferiores; equilíbrio diminuído; doença ou dano cognitivo; doença de Parkinson; sedativos, hipnóticos, ansiolíticos entre outras causas.
Entre as novas atividades oferecidas pelo Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência e ao Idoso (CIAPI), um dos equipamentos da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso (Sepedi), está o grupo de fisioterapia para prevenção de quedas.
As sessões são coordenadas pelo fisioterapeuta Marcelo Barbosa às terças e quintas e têm como objetivo fazer exercícios para o fortalecimento global, consciência corporal e equilíbrio.
“Também converso com os participantes sobre uso de sapatos adequados, cuidados com tapetes, móveis e animais de estimação em casa, colocar prateleiras e objetos na altura dos braços, manter uma luz acesa à noite para ir ao banheiro com segurança, entre outras dicas”, ressaltou o profissional.
Uma das frequentadoras da turma é Edna Carvalho, 66 anos. Ela conta que por ser diabética, tem crises frequentes de labirintite e hipoglicemia.
“Já caí na rua, dentro do ônibus, em casa. Já fiquei com o joelho direito três meses em tratamento por causa de tombo. Durante a pandemia estava fazendo exercícios em casa. Mas estar nesse grupo de risco de queda foi a melhor coisa. Também estou fazendo hidroginástica, aqui, para me fortalecer mais”, contou.
A colega Zuleide Durães Diniz, 79 anos, se considera a “rainha das quedas”. “Já perdi a conta de quantas vezes caí em casa e na rua por querer fazer as coisas com pressa e por não prestar atenção onde estou pisando. Também tenho um pouco de dificuldade para caminhar por causa dos problemas da idade. Além de estar nessa turma (risco de queda), estou participando das aulas de Tai-Chi-Chuan no Ciapi”, contou.