Nesta quarta-feira (30), a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Caraguatatuba, Cíntia Aparecida Fernandes Alves, a secretária adjunto da Secretaria de Saúde, Derci Andolfo e as servidoras municipais, Érika Peroni e Maria Catani receberam a visita da secretária de Desenvolvimento Social de Itaquaquecetuba, Cláudia Marzagão e sua secretária adjunta Elaine Barros.
O encontro foi realizado a pedido da cidade de Itaquaquecetuba, que manifestou interesse em conhecer melhor o fluxo da escut especializada desenvolvida pela Secretaria de Saúde municipal, por meio do trabalho do Protege – programa que atende crianças e adolescentes vítimas de violência desde 2019.
A escuta especializada é o procedimento de entrevista sobre a situação de violência com criança ou adolescente perante órgão da rede de proteção, limitado ao relato estritamente necessário para o cumprimento de sua finalidade, que no caso, é a proteção e inserção em atendimento em rede, objetivando a não revitimização, ou seja, proporciona acolhimento e assistência logo no primeiro atendimento.
A presidente do CMDCA avalia que um dos principais diferenciais do Protege de Caraguatatuba é uma equipe capacitada e especializada que faz a escuta destas vítimas em ambiente adequado, evitando exposições em diversas unidades de atendimento.
A revitimizaçao acontece cada vez que a vítima tem a necessidade de contar a história da violência sofrida em diferentes locais de acolhimento.
Em Caraguatatuba, o serviço conta com três psicólogos, um psiquiatra, um assistente social, dois enfermeiros e um agente administrativo e fica localizado nas instalações do Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas Madre Teresa de Calcutá.
A secretária adjunta de Saúde, Derci Andolfo, afirma que o município é referência neste atendimento especializado por tratar-se de um serviço que poucos municípios chegaram a implantar na região. “No Litoral Norte, Caraguatatuba é o único que tem este trabalho instalado. Entre os 39 municípios da região do Vale do Paraíba, apenas nós e Jacareí temos este atendimento”, destaca.
Para Derci, o grande diferencial de Caraguatatuba é que na cidade existe um trabalho em rede, envolvendo diversas pastas no acolhimento às crianças e adolescentes vítimas de violência, tais como Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, Secretaria de Saúde e Secretaria de Educação, que contam com todo o suporte das demais secretarias municipais.
“Todos estes equipamentos envolvidos têm papeis peculiares. A Saúde trata, o Social trabalha os condicionantes, a Educação conta com profissionais que podem identificar onde e quando tem ocorrido esta violência. E todas estas pastas têm o Protege como referência no atendimento especializado a estas vítimas”, explica.
A secretária do Desenvolvimento Social de Itaquaquecetuba, Cláudia Marzagão, explica que procurou Caraguatatuba porque, a partir de agora, todos os municípios devem implantar o serviço de escuta especializada.
“Decidimos, então, vir aprender com esta cidade que já está bastante avançada neste serviço. Avaliamos que tudo aqui é de muita excelência e esta reunião nos ajudou bastante. Aqui foi criado um bom fluxo de rede, que possibilitou este avanço de Caraguatatuba”, afirma.
Além do que, a secretária de Desenvolvimento Social de Itaquaquecetuba avalia que a cidade é também referência no combate à violência institucional, praticada por órgãos e agentes públicos que não respondem pelo cuidado, proteção e defesa dos cidadãos.