A cidade de Caraguatatuba é a primeira da Região Metropolitana do Vale e Litoral Norte a implementar o programa “Homem Sim, Consciente Também”, criado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Caraguatatuba, baseado na Lei Maria da Penha (11.340/2006).
O lançamento ocorreu na noite desta quinta-feira (31/8) no auditório do Instituto Educacional “José Ernesto” e contou com a presença de diversas autoridades, entre elas, o prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior; o diretor do Deinter-1, Waldir Antônio Covino Junior; o delegado seccional do Litoral Norte, José Vinceprova; a delegada da Delegacia de Defesa da Mulher de Caraguatatuba, Patrícia Casanova; o presidente da Câmara de Caraguatatuba, Tato Aguilar; o vice-prefeito José Ernesto Ghedin Servidei; além da idealizadora do projeto e delegada de Defesa da Mulher de Diadema, Renata Cruppi.
Nascido em agosto de 2014 de um ideal de recuperar famílias e, principalmente, alcançar homens com perfil violento e autodestrutivo, além de diminuir as ocorrências criminais envolvendo violência doméstica e familiar contra mulher.
Somente nove cidades do Estado de São Paulo tiveram a iniciativa de implementar o projeto, sendo elas: Diadema, Santo André, Guarulhos, Taboão da Serra, Cubatão, Barueri, Campinas e Santos. Caraguatatuba é a primeira cidade da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte a contar com o programa.
O projeto terá uma equipe multiprofissional, onde serão trabalhados diversos temas das principais áreas da vida, demonstrando a possibilidade de quebra da insegurança para admitir desconhecimentos ou fraquezas. Os participantes poderão frequentar os grupos por indicação da rede de atendimento do município ou demanda espontânea.
Para a inclusão nos grupos não precisa ter qualquer envolvimento com processos cíveis ou criminais, ou determinação judicial, sendo possível demanda espontânea (interesse dele em aprender uma nova visão de vida), indicação de familiares ou amigos, indicação da rede municipal ou estadual.
“A Polícia Civil vem se aperfeiçoando em várias frentes e esse projeto vem para contribuir na diminuição dos índices de criminalidade. Agradecemos o apoio e empenho de todos para colocar o projeto em prática”, disse o delegado seccional do Litoral Norte, José Vinceprova.
Já a delegada de Defesa da Mulher de Caraguatatuba, Patrícia Casanova, destacou o empenho de diversas frentes. “Gostaria de agradecer a parceria do prefeito Aguilar Junior que abraçou nossa ideia, assim como a Câmara, a OAB e a sociedade civil. Caraguatatuba é pioneira na Região Metropolitana e temos certeza que em meses já teremos reflexos na diminuição dos índices de reincidência da violência contra a mulher”, cita.
Idealizadora do projeto no Estado de São Paulo, a delegada de Defesa da Mulher de Diadema, Renata Cruppi, falou da experiência e sucesso obtido na cidade da Grande São Paulo. “Quando verificamos os dados de violência contra a mulher, começamos a perceber que cinco e seis inquéritos se tratavam da mesma pessoa e isso acendeu o sinal de alerta. Aí tivemos a ideia do projeto e muitos se assustaram, mas provamos que o homem precisa ter um trabalho de autoconhecimento, de atendimento psicológico e isso começou a dar resultado. Tanto deu que diminuímos muito os casos de reincidência. Fico emocionada de ver esse projeto vindo para outra cidade. Caraguatatuba está de parabéns por abraçar essa ideia”, destacou.
O diretor do Deinter-1, Waldir Antônio Covino Junior, destacou o trabalho conjunto e integrado para implantação do projeto. “Não podemos viver com essa cultura da violência e achar que é normal. O grande objetivo do programa é reconstruir famílias. Diadema provou que pode dar certo e registramos 70% na redução dos índices de reincidência de violência contra a mulher na cidade”, comentou.
Já o prefeito Aguilar Junior destacou que lá em 2016 traçou todos os planos previstos para combater a violência contra a mulher. “Implantamos o Centro de Referência da Saúde da Mulher (Pró- Mulher), o Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), o Serviço de Acolhimento Provisório para Mulheres Vítimas de Violência, além de criamos a Ronda Maria da Penha e o botão do pânico ‘Caraguá Pra Elas’. E agora recebemos com carinho um projeto ousado e pioneiro na região. É um trabalho que nossa rede de apoio pedia muito e abraçamos a ideia apresentada pela Dra. Patrícia Casanova”, frisou.