A Prefeitura de Caraguatatuba, por meio da Secretaria de Saúde, segue com as ações da Campanha Janeiro Roxo, mês da conscientização sobre a hanseníase, que objetiva prevenir e informar a população sobre a doença.
Na manhã desta terça-feira (23), médicos e enfermeiros da rede municipal foram capacitados, com técnicos que atuam na linha de frente no atendimento da doença no município.
A capacitação foi realizada no auditório da Diretoria Regional de Ensino e contou com a palestra do médico José Eduardo, do grupo de vigilância epidemiológica (GVE) de São José dos Campos, que abordou sobre diagnóstico e tratamento da hanseníase. Em seguida, a psicóloga Ana Maria Magagnini abordou o tema “Impactos psicológicos provocados no paciente após o diagnóstico da hanseníase”.
A coordenadora da Atenção Básica no município, Alexandra de Matos, explica que o objetivo é ampliar a detecção de casos de hanseníase por meio de ações direcionadas, através da capacitação dos profissionais de saúde, para o diagnóstico e tratamento da hanseníase.
Segundo o secretário de Saúde, Gustavo Boher, Caraguatatuba está preparada para o tratamento da doença, mas é necessário primeiramente identificar esses casos, onde muitas vezes são confundidos com outras patologias. “O município possui um setor especifico para o tratamento de casos de hanseníase, por isso, o diagnóstico deve ser rápido e quanto antes detectar, melhor será o tratamento”, explica Boher.
Em 2023, foram notificados 21 novos casos de hanseníase em Caraguatatuba e 13 seguem em tratamento medicamentoso. Durante o mês de janeiro, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão com diversas ações de conscientização, orientação, prevenção, tratamento e avaliações com teste de sensibilidade nos pacientes.
A doença
A hanseníase é uma doença infecciosa causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae. Ela atinge pele e nervos, gera redução da força muscular e produz manchas, sensações como formigamento, dormências e outras formas de perda de sensibilidade.
Sinais e sintomas:
– sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades;
– manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato;
– áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da secreção de suor;
–caroços e placas em qualquer local do corpo;
– diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).
Como se transmite?
Os pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro). O paciente em tratamento regular ou que já recebeu alta não transmite. A maioria das pessoas que entram em contato com estes bacilos não desenvolve a doença. Somente um pequeno percentual, em torno de 5% de pessoas, adoecem. Fatores ligados à genética humana são responsáveis pela resistência (não adoecem) ou suscetibilidade (adoecem). O período de incubação da doença é bastante longo, variando de três a cinco anos.
Como tratar?
A hanseníase tem cura. O tratamento é feito nas unidades de saúde e é gratuito. A cura é mais fácil e rápida quanto mais precoce for o diagnóstico. O tratamento é via oral, constituído pela associação de dois ou três medicamentos e é denominado poliquimioterapia.
Como se prevenir?
É importante que se divulgue junto à população os sinais e sintomas da doença e a existência de tratamento e cura, através de todos os meios de comunicação. A prevenção baseia-se no exame dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio com o portador da doença.