Coreia do Norte diz que colocou tropas em posição de combate contra os EUA
Coreia do Sul diz não ter detectado sinais de atividades incomuns no país vizinho; Pyongyang tem feito ameaças com frequência desde que a ONU aprovou uma nova rodada de sanções
iG São Paulo
A Coreia do Norte disse nesta terça-feira (26) que seus foguetes estratégicos e unidades de artilharia de longo alcance foram colocados em “postura de combate” mirando as bases militares dos EUA em Guam, no Havaí e no continente norte-americano.
O anúncio, divulgado pela agência de notícias KCNA, segue dias de forte retórica por parte de Pyongyang. Também coincide com o terceiro aniversário do naufrágio do navio de guerra Cheonan, que deixou 46 marinheiros mortos.
A Coreia do Sul disse que não detectou sinais de atividades não usuais na Coreia do Norte.
As tensões continuam fortes na península coreana desde o terceiro teste nuclear realizado por Pyongyang em 12 de fevereiro. O teste provocou a aprovação de uma nova rodada de sanções na ONU, com a qual Pyongyang se opõe fortemente.
Ensaios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul deixaram a nação comunista furiosa. Nas últimas semanas, o país tem subido o tom de suas ameaças – dizendo que faria um ataque nuclear preventivo contra os EUA, bem como ataques nas bases americanas no Japão.
“A partir deste momento, o Comando Supremo do Exército Popular da Coreia estará colocando em postura de combate número 1 todas as unidades de campo, incluindo unidades de artilharia de campo, incluindo unidades de artilharia de longo alcance, unidades de foguetes estratégicos, que terão como alvo todos os objetos inimigos em bases dos EUA em seu continente, no Havaí e em Guam”, disse a KCNA.
Acredita-se que a Coreia do Norte não tem a capacidade tecnológica para promover um ataque contra o continente americano com uma arma nuclear ou com um míssil balístico, mas é capaz de atingir bases militares americanas na região, com seus mísseis de médio alcance.
O anúncio ocorreu logo após que a presidente sul-coreana Park Geun-hye pediu a Coreia do Norte que “mudasse o curso” abandonando suas armas nucleares. Falando de um cemitério em Daejeon, onde os marinheiros que morreram no naufrágio foram enterrados, Park disse que a Coreia do Norte continuava a ameaçar a segurança nacional de seu país.
“Para o Norte, o único caminho para a sobrevivência é parar com as provocações e ameaças, abandonar suas armas nucleares e mísseis, e se tornar um membro responsável na comunidade internacional”, disse.
Com BBC e Reuters