Estudantes bolsistas também temem perderem o benefício
Mara Cirino
Os universitários do Litoral Norte que estudam em faculdades do vale do Paraíba enfrentam um novo problema em relação às obras de duplicação da rodovia Nova Tamoios. Com o fechamento da pista e mais operações ‘Pare e Siga’, o tempo de viagem aumentou durante todo o período, com isso, os alunos chegam atrasados nas unidades escolares. Agora, com o período de provas, eles correm o risco de perder o ano em função de não fazerem os exames de avaliação.
Desde o início do mês o Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) fechou o acesso de uma das vias de rolamento para fazer uma obra de retificação de curva e agora em uma das pistas foi implantada faixa reversível, Dessa forma, o tempo de viagem aumentou. Estudante de Engenharia de Produção Mecânica em São José dos Campos, Kaillan Thiros, 23 anos, conta que já perdeu três provas e pensa na possibilidade de entrar na justiça contra o Dersa caso seja prejudicado no final do processo.
“A coordenadora do curso ainda tem ajudado, mas não pode segurar o início da prova por muito tempo por conta dos alunos que já estão em sala de aula”, relata.
Antes, segundo ele, o ônibus saia de Caraguatatuba por volta das 17h e cegava no campus umas 18h40. “Agora a gente sempre chega depois das 19h30, sendo que a aula tem início às 19h”, lamenta.
Ele aponta, ainda, que estudantes bolsistas temem perderem o benefício caso fiquem em DP (dependência). “Isso significa que teriam de pagar o valor do próprio bolso por algo que não é culpa deles”.
Representante dos Estudantes Universitários, Hélio Monteiro faz uma apelo à empresa para que os jovens estudantes não sejam mais prejudicados como já foram desde o início da obra de duplicação da rodovia.
“Dormimos na rodovia por quase todo o ano, prometeram que em setembro a pista seria liberada no período noturno e nada foi cumprido. Agora nos deparamos com essa situação que ameaça todo o ano letivo de nós, estudantes”, critica.
A estudante do curso de Farmácia, Samara Santos conta que na última quarta-feira o trecho entre Caraguá e São José dos Campos foi percorrido em mais de três horas, fazendo que com ela e outros estudantes perdessem mais uma prova.
Dersa lamenta
A assessoria de imprensa do Dersa informou ontem que a empresa lamenta a atual situação, mas que no momento não há nada que possa ser feito para amenizar ou resolver a situação dos estudantes. Explicou que as intervenções noturnas foram reduzidas, mas que as operações ‘Pare e Siga’ não podem ser paralisadas em função do cronograma de entrega da obra.
Essa situação deve perdurar até o dia 15 de dezembro, véspera da inauguração prevista da obra de duplicação do km 11,5 ao km 60,48, entre São José dos Campos e Paraibuna. A situação mais complicada é na chamada ‘serrinha’ onde será feita a interligação entre as duas estadas. Há ainda a necessidade de rebaixar em oito metros uma parte da pista para essa conjunção o que, de acordo com o Dersa, demanda mais trabalho.
“Dessa forma, a estrada estará liberada para o período de Natal e Ano Novo quando o volume de veículos pela rodovia é bem maior”, informou a assessoria, completando que “se mudar a programação, vai haver impacto em todo o cronograma”.
Ainda de acordo com o Dersa, o que está previsto no contrato da obra será entregue na data prevista, citando a duplicação da rodovia, pontes, viadutos, passagem de pedestres e alguns pontos de ônibus e passarelas.